Ilha de Ideias

domingo, abril 02, 2006

A desgraça das desgraças

Nada na minha vida tem corrido bem, a última coisa que fiz de bom nestes meses foi acabar a carta. Depois disso, nada mudou. Continuo sem trabalho, fui a uma entrevista este mês e telefonaram-me do BANIF para marcar entrevista para o dia cinco. Ontem telefonaram-me da Cortefiel para marcar entrevista e disse que já não estava interessada. Tudo isto porque decidi ir para Lisboa tentar a minha sorte. Não sei se será a melhor decisão mas isso só o tempo dirá.
Ontem fui para a casa da Andreia ( colega de trabalho da minha mãe), eu bem que pressenti que alguma coisa estava mal. Esta semana que passou, a minha mãe não jantou algumas vezes. Limitava-se a fazer o jantar e depois deitava-se na cama com dois calmantes.
Percebi que algo estava mal, e ontem na casa da Andreia ela disse tudo o que a atormentava. Uma das razões do estado dela, é a minha ida para Lisboa. Sei que não é fácil, nem para mim nem para ela. Mas tem de ser, é isso que o meu coração manda fazer agora.
Vou tentar arranjar trabalho, no início sem que não vai ser fácil mas tenho forças para tudo o que aparecer. Espero que esta força mantenha-se por muito tempo.
Não páro de pensar na briga que tivemos ontem, foi inevitável. Ela disse coisas absurdas, sem sentido. Consegui perceber que está triste e desiludida com a minha decisão mas tenho que tentar para mais tarde não me arrepender. Só peço que tudo corra bem e que consiga esquecer tudo o que foi dito de mau naquele momento.
Como se não bastasse, cheguei a casa às quatro e tal da manhã e ela deixou seis folhas escritas em cima da minha cama. Quando vi a primeira reacção que tive foi: desatar a chorar sem parar. Não conseguia ler, cada frase que lia era tão confusa e ao mesmo tempo tão deprimente. Algumas frases que ela escreveu eram 100% verdadeiras mas outras deixaram-me completamente desgastada. Já me doía a cabeça, ouvidos estava uma autêntica desgraça.
Só me apetecia falar com alguém, desabafar toda as mágoas, tristezas. Enfim, telefonei ao Max e felizmente ele aturou-me.

Não consegui dormir depois, só me vinha à cabeça tudo o que a minha mãe disse. Assim, que acordei desatei a chorar e não conseguia sair do quarto. A Joana veio chamar-me para almoçar e fingi que não estava a ouvir mas depois achei melhor abrir a porta porque ela estava ficando assustada. Quando olhei para a minha mãe ela estava com os olhos inchados de chorar e claro eu tinha o mesmo aspecto. Não sei o que fazer depois de tudo isto...espero fazer o melhor para todos nós.