Ilha de Ideias

quinta-feira, maio 19, 2005

Continuação da história

Trabalho realizado no âmbito da cadeira de Seminário de Escrita Criativa. Continuação da história sobre o tema da droga: no futuro.

Mais um dia de trabalho, com muitas contas para fazer e muitos balanços para acabar. Quando dou por mim, sentado nesta cadeira que mais parece uma poltrona, a fumar cigarros uns atrás dos outros para ajudar a passar o tempo, imagino se irei continuar o resto da minha vida, neste simples cubículo que é o escritório. A Isabel adora o trabalho que faz, mas se surgisse outra oportunidade, ela não dispensava. Estávamos a pensar em fazer uma viagem, só nós os dois. Mas nem sempre a vida corre como queremos.
Abel (patrão), fez-me uma proposta tentadora, m as devido às circunstâncias que me encontro, não sei bem o que fazer. Não quero deixar a Isabel, que ultimamente só me tem feito bem. O tempo que perdi enquanto vivia no mundo da droga, não volta mais. Acredito que vou ser muito feliz e que todos os problemas que aparecerem a partir de agora, serão apenas contratempos que irei dominá-los num ápice.
E é chegada a hora da verdade. Decidi partir para França à procura de uma nova vida. Infelizmente a Isabel não pôde vir, mas assim que me estabilizar a minha vida ela vem para bem pertinho de mim. Começo amanhã numa multi-nacional, aqui mesmo perto de casa. Espero conseguir rentabilizar o meu ordenanado, de maneira a comprar a minha casa e tudo o que tenho em mente. Assim que chego a casa, depois de um dia exaustivo de trabalho, a primeira coisa que faço é tomar banho. Logo depois, ligo para a minha linda, claro que não são todos os dias, senão o pouco que ganho não dá para pagar as despesas do telefone.
Nem acredito que a minha Isabelinha vem já no fim do mês. Ela ainda não sabe que já tenho casa própria. Pensa que estou a morar num apartamento, que é propriedade da empresa. Espero conseguir comprar, pelo menos o quarto de dormir a tempo. Até porque a cozinha já tem o essencial, o restante vem aos poucos.
Não vejo a hora de abraçá-la e beijá-la. Estou morrendo de saudades dela. Para além, de ser minha namorada, é muito amiga, compreensiva e acima de tudo, sempre me apoiou em tudo.
Depois de tanto riscar no calendário os dias que faltam para ela chegar, finalmente o dia chegou. Não consigo parar de fumar e a porcaria do avião está atrasado. Pedi para sair mais cedo do trabalho, para passar na florista e chegar a tempo e horas, para nada. Que seca, o melhor disto tudo é que daqui a pouco já não me encontro sozinho neste país.
Aí vem ela, linda como sempre. Traz calçado os sapatos, que tem pelo menos seis centímetros, para mostrar que não é assim tão baixinha. Nem digo nada, senão já começamos mal. Depois de tantos beijos e abraços dirigimo-nos para a nossa casinha.
Vá lá entra, casa já temos, agora só nos resta mobilar. Hugo, não acredito. Como é possível em tão pouco tempo já teres casa própria.