Ilha de Ideias

domingo, outubro 08, 2006

Hoje deu-me para a solidão...

Não sei o que é que se passa comigo, melhor, sei mas tenho que conseguir ultrapassar esta crise e seguir em frente. Sempre tive que lutar contra este sentimento que me persegue e continua a perseguir-me constantetemente: a distância. Desde os meus cinco anos tive que aprender a viver sem pai, pois ele deixou-me de repente. Quando tinha catorze anos tive que aprender a viver sem os meus irmãos e a minha mãe querida, porque a vida assim o quis.
Assim que decidi vir para Lisboa, aos 21 anos deixei tudo e todos, vim à procura da minha realização pessoal. Passados quatro anos, depois de ter conseguido concretizar o meu curso, abdiquei de todas as coisas e momentos felizes que passei junto dos meus amigos e parti para junto da minha família. Tentei mas não consegui, tive que vir em busca de um futuro melhor. Mas como tudo na vida tem consequências, aqui vão elas:
- a minha mana linda que eu amo tanto;
- a minha mãe querida do meu coração;
- o rebelde do meu irmão;
- o meu padrasto amigo;
- a minha prima adorada;
- o meu super e compreensivo tio;
- deixar a minha casinha de que tanto adoro;
- o meu pequeno e grande quarto;
- os meus amigos;
- os almoços e jantares na casa da minha avó;
- os cafés com as minhas primas nas Arcadas de São Lourenço.
Todas estas coisas fazem-me muita falta mas quando as tinha achava que poderia passar bem sem elas. Ando muito enganada nesta vida, as pequenas coisas por vezes tornam-se grandes demais. Por isso...Aqui vai!

Prá Rua Me Levar - Ana Carolina e Seu Jorge
Não vou viver, como alguém que só espera um novo amor
Há outras coisas no caminho onde eu vou
As vezes ando só, trocando passos com a solidão
Momentos que são meus, e que não abro mão
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar
Ver a cidade se acender
A lua vai banhar esse lugar
Eu vou lembrar você

É mas tenho ainda muita coisa pra arrumar
Promessas que me fiz e que ainda não cumpri
Palavras me aguardam o tempo exato pra falar
Coisas minhas, talvez você nem queira ouvir
Já sei olhar o rio por onde a vida passa
Sem me precipitar, e nem perder a hora
Escuto no silêncio que há em mim e basta
Outro tempo começou pra mim agora

Vou deixar a rua me levar