Ilha de Ideias

quarta-feira, junho 15, 2005

Itinerário da vida em Lisboa

Meus lindos meninos!



Ainda me lembro do primeiro dia que vim para Lisboa, para me licenciar em Ciências da Comunicação, na vertente de Publicidade e Marketing. Quando cheguei ao aeroporto, o Fábio "despeja" a bomba em cima da minha cabeça.
- Mónica, não vais acreditar. Telefonei agora para o Dr. João Pedro e ele disse que a casa qua vamos ficar não está pronta. De um momento para outro fiquei sem palavras.Telefonei de imediato para a Joana (amiga) e perguntei-lhe se podíamos ficar alojados na casa dela por uns dias. Acabámos por ficar um mês na Buraca.
Assim que tudo se resolveu, mudámo-nos para o Fogueteiro. Mais longe não podia ser, mas era a nossa única opção até aparecer outra oportunidade. O nosso primeiro ano de faculdade foi passado com algum esforço, sacrifício e muitas saudades da nossa terra natal e amigos. Nunca perdemos a esperança que tudo ia melhorar.
No segundo ano, tudo mudou por completo. Viemos para Lisboa morar, mais propriamente para o Campo Pequeno. Para além de ser uma excelente casa, estava muito bem situada. Melhor ainda, os nossos companheiros de casa eram madeirenses. Conseguimos arranjar uma casa com quatro quartos, uma sala, cozinha e wc. Um dos quartos dava para duas pessoas, com jeitinho cabia uma equipa de futebol completa. Esse quarto enorme foi dividido por mim e pela minha melhor amiga, Sofia. Portanto, na nossa casa maravilha moravam exactamente quatro pessoas: Rosário, Fábio, Sofia e Mónica. A verdadeira Repúbica Madeirense. Passados alguns dias, o Cristiano veio juntar-se a nós. Tudo poderia ter dado certo. Estudámos todos na mesma escola (Escola Profissional Atlântico), não nos conhecíamos muito bem, mas também íamos ter tempo para convivências. Enfim, tudo que é bom acaba depressa! E a nossa alegria de viver juntos passou num abrir e fechar de olhos. O Cristiano desistiu do curso e foi para a Madeira. A Sofia estudava em Lisboa, mas passava grande parte do tempo no Porto com o namorado, que por fim acabou por se mudar para lá. O Rosário raramente estava em casa. Eu e o Fábio, devido a um problema com o senhorio acábamos por sair de lá. Num ápice as nossas vidas mudaram por completo.
E é chegado o terceiro ano da faculdade. Já ríamos pelo facto de estarmos há três anos lectivos em Lisboa, e já tínhamos passado por quatro casas. A quarta casa foi temporária até arranjarmos outra. Eu fiquei na casa dos irmãos Fraga e o Fábio na casa do nosso amigo Luís, que morava na cave do nosso prédio, no Campo Pequeno.
A nossa quinta casa ficava situada em Telheiras, mesmo em frente aos cafés. Isto é que foi uma grande aventura que só durou dois meses. Acabando da pior maneira possível. Vivíamos com os irmãos "metralha", Carina e Pedro. No início foi tudo muito bom! Assim que os feitios começaram a chocar, já não deu para aguentar tanta falsidade. Fomos de férias de Natal para a Madeira e assim que voltámos saímos imediatamente de casa.
O mais impressionante disto tudo foi que eu e o Fábio nunca deixámos de viver juntos. Onde um ia, o outro ia atrás. Por essa razão, é que nos decidimos juntar a mais dois parceiros de casa. Também eram irmãos: o Luís (antigo vizinho e amigo do Campo Pequeno) e a Ana, mas nada a ver com os outros irmãos. Desta vez, tinha que dar certo. A casa era um espectáculo, para além de ficar numa excelente zona, Alvalade, tinha uma enorme varanda para as grandes festas que até então, nunca tínhamos realizado.
Por esta última razão e muitas mais, é que estou aqui no meu quarto, às 3 horas e 32 minutos da madrugada, do dia 16 de Junho de 2005 a tentar desabafar.
Estou muito triste, porque vamos sair desta casa maravilhosa, no dia 30 do mês corrente. Tudo o que passei nesta casa, jamais poderá ser descrito em pequenos caracteres. Irei guardar todos os momentos bons e maus, embora os bons conseguem ser superiores e inesquecíveis. Nem quero pensar o que será de mim, no próximo ano lectivo, sem os meus meninos: Fábio e Luís. Quando digo próximo ano lectivo, é porque ainda não sei o que será a minha vida daqui a uns meses.
Só tenho mais uma coisa para vos dizer: Nunca se esqueçam que os vossos melhores amigos, não são aqueles que vos acompanham nas grandes noitadas, bebedeiras entre outras coisas. Os vossos melhores amigos são: aqueles que se preocupam convosco e que estão sempre prontos a vos ajudar, COMO EU.
Beijos e muito muito juízo.


sexta-feira, junho 03, 2005

O Homem do Nada

Ultimamente há uma música que tem tocado no meu telemóvel quase todas as quartas feiras por volta das 3 da manhã. Por já gostar dela e por ter ficado a gostar ainda mais, aqui vai...

Once divided...nothing left to subtract...
Some words when spoken...can't be taken back...
Walks on his own...with thoughts he can't help thinking...
Future's above...but in the past he's slow and sinking...
Caught a bolt 'a lightnin'...cursed the day he let it go...
Nothingman... (2x)
Isn't it something?
Nothingman...
She once believed...in every story he had to tell...
One day she stiffened...took the other side...
Empty stares...from each corner of a shared prison cell...
One just escapes...one's left inside the well...
And he who forgets...will be destined to remember...
oh...oh...oh...
Nothingman... (2x)
Isn't it something?
Nothingman...
Oh, she don't want him...
Oh, she won't feed him...after he's flown away...
Oh, into the sun...ah, into the sun...Burn...burn...
Nothingman... (2x)
Isn't it something?
Nothingman...
Pearl Jam - Nothingman

quinta-feira, junho 02, 2005

A Desgraça!



Para aqueles que não sabem, A Desgraça é um livro de J. M. Coetzee, escritor Sul Africano, nascido na cidade do Cabo e prémio Nobel da Literatura 2003. Escrito em 1999, é um romance perverso em que o autor diz, uma vez mais e tal como é seu costume, verdades que penetram até ao osso... verdades que lhe valeram o Booker Prize.
Mas não é desta Desgraça que quero falar, mas sim da minha... É ver-me deitar e acordar a pensar nela, no seu olhar, no seu sorriso, contando pelos dedos das mãos os dias que me restam antes que parta. Dou por mim a não querer falar, nem sequer pensar no amanhã, porque amanhã ela pode já não estar aqui. Surgiu tardia e inesperadamente, mas na vida só há 4 coisas que não voltam: a palavra pronunciada, a água corrida, a seta atirada e... a oportunidade perdida!

Aquele Beijo